domingo, 20 de outubro de 2013

Poesia coletiva

Estou passando por uma fase muito complicada para quem escreve :o tão temido branco.Não é total,eu consigo começar ,mas,nada do que escrevo consegue ser finalizado.Há alguns dias tenho sentado em frente ao computador para tentar começar algo que tenha um fim .Não tive nenhum progresso ,e então resolvi ler textos antigos que ainda não tinha publicado ,resultado ? Tentei modificar algumas coisas ,e acabei na mesma situação : textos inacabados.Nada me parecia bom ,exceto um poema cujo o meu desejo era que fosse musicado,ainda não encontrei ninguém que o fizesse,assim que aprender a tocar violão eu mesma farei.Bom,também mexi no meu poema ,e ele está incompleto.Daí ,tive a ideia de postar assim mesmo e pedir para que vocês ,se quiserem ,terminem.Será como uma poesia coletiva ,o que acham ?
Quem quiser participar é só deixar os versos aí nos comentários .Vamos ver no que vai dar ..

"Letra e Melodia 

Sou a letra procurando a melodia
Partitura em branco esperando companhia 
Uma junção de sentimentos
Em prosa e poesia.

Sou um solo esperando por um dueto
O  toque suave  de uma única nota
Em tom meio desafinado
Letras compostas em linhas tortas ."


3 comentários:

  1. Não force o verso, mesmo adverso Laila, todos passam pro isso, a inspiração tem os seus caprichos. Diz meu poeta brasileiro preferido, embora da terra de Manual Bandeira: "Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça".

    Carlos Drummind de Andrade, in 'Poesia Completa'

    Diz também ele noutra ocasião:

    "Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
    Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
    O último trovador morreu em 1914.
    Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

    Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
    Se quer fumar um charuto aperte um botão.
    Paletós abotoam-se por eletricidade.
    Amor se faz pelo sem-fio.
    Não precisa estômago para digestão.

    Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
    muito para atingirmos um nível razoável de
    cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.

    Os homens não melhoram
    e matam-se como percevejos.
    Os percevejos heróicos renascem.
    Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
    E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio".

    (Desconfio que escrevi um poema.)
    Carlos Drummond de Andrade

    Vê também esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=GLhsOzNvQpQ

    Talvez lhe sirva de consolo ou de inspiração (rs...).

    No entanto, gostei da ideia da poesia coletiva, embora não goste de forçar o verso, vou compra essa briga.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Vc e Drummond estão certíssimos,não se deve mesmo forçar.
      O verso precisa te levar e não ao contrário,mas,dessa vez eu fiquei agoniada rs.Obrigada pelo incentivo .

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    2. "Letra e Melodia

      Sou a letra procurando a melodia
      Partitura em branco esperando companhia
      Uma junção de sentimentos
      Em prosa e poesia.

      Sou um solo esperando por um dueto
      O toque suave de uma única nota
      Em tom meio desafinado
      Letras compostas em linhas tortas ."

      Mais que, de nota em nota, se unindo
      Vai surgindo mais que uma nota,
      E as letras tortas se endireitando
      Compondo a harmonia, a melodia.

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E aí,o que achou?